Os autores deste blog estão de férias. Até Setembro!
12 agosto, 2011
05 julho, 2011
NY City, 90's
Ice-T (com Dre de Matteo) em 'R Xmas (2001), de Abel Ferrara.
Abel Ferrara é provavelmente, daquilo que conheço, o realizador que mais hip-hop coloca na banda sonora dos seus filmes (a par, talvez, do inevitável Spike Lee). "Signifying Rapper", de Schooly D (sample dos Led Zeppelin), por exemplo, é tema recorrente em Bad Lieutenant (1992), e encaixa que nem uma luva no ambiente urbano "sujo" e marginal da Nova Yorque dos anos 90, o qual é personificado na personagem interpretada por Harvey Keitel, um polícia amoral, absolutamente corrompido e em constantes bad trip.
Mas não é só na música que a atracção de Ferrara pelo underground nova iorquino é visível; a sua câmara filma repetidamente os passeios de Brooklyn (Ferrara nasceu no Bronx, diga-se de passagem), por exemplo, onde pululam negros traficando ou consumindo droga ou simplesmente conversando (chilling, para bom entendedor). Para os amantes de hip-hop, como é o meu caso, é um autêntico deleite a forma como Ferrara capta a atmosfera dos anos 90, década em que o hip-hop se estabeleceu, definitivamente, como cultura urbana. E isso é perceptível, na câmara de Ferrara, não só pela música, mas também pelas roupas, os tiques físicos (aquele gingar dengoso e de peito aberto) ou simplesmente pela linguagem peculiar dessa cultura.
Essa atmosfera está presente não só em Bad Lieutenant, mas também em filmes como King of New York (1990) ou 'R Xmas (o filme é de 2001, mas todo ele respira anos 90). Este último conta, aliás, com a interpretação do rapper Ice-T.
A filmografia de Abel Ferrara (um admirador confesso de Nova Yorque - do que conheço, não sei de nenhum filme seu que não se passe na cidade "que nunca dorme") é, pois, obrigatória para todos aqueles que se interessam pelo hip-hop enquanto cultura personalizada que, germinada a partir dos ghettos americanos, se estendeu para fora deles e se afirma hoje como cultura de massas, planetária e, como qualquer outra (para o bem e para o mal), indissociável do consumismo (também ele uma nova "cultura" urbana, suponho...) nascido no mundo ocidental.
Abel Ferrara é provavelmente, daquilo que conheço, o realizador que mais hip-hop coloca na banda sonora dos seus filmes (a par, talvez, do inevitável Spike Lee). "Signifying Rapper", de Schooly D (sample dos Led Zeppelin), por exemplo, é tema recorrente em Bad Lieutenant (1992), e encaixa que nem uma luva no ambiente urbano "sujo" e marginal da Nova Yorque dos anos 90, o qual é personificado na personagem interpretada por Harvey Keitel, um polícia amoral, absolutamente corrompido e em constantes bad trip.
Mas não é só na música que a atracção de Ferrara pelo underground nova iorquino é visível; a sua câmara filma repetidamente os passeios de Brooklyn (Ferrara nasceu no Bronx, diga-se de passagem), por exemplo, onde pululam negros traficando ou consumindo droga ou simplesmente conversando (chilling, para bom entendedor). Para os amantes de hip-hop, como é o meu caso, é um autêntico deleite a forma como Ferrara capta a atmosfera dos anos 90, década em que o hip-hop se estabeleceu, definitivamente, como cultura urbana. E isso é perceptível, na câmara de Ferrara, não só pela música, mas também pelas roupas, os tiques físicos (aquele gingar dengoso e de peito aberto) ou simplesmente pela linguagem peculiar dessa cultura.
Essa atmosfera está presente não só em Bad Lieutenant, mas também em filmes como King of New York (1990) ou 'R Xmas (o filme é de 2001, mas todo ele respira anos 90). Este último conta, aliás, com a interpretação do rapper Ice-T.
A filmografia de Abel Ferrara (um admirador confesso de Nova Yorque - do que conheço, não sei de nenhum filme seu que não se passe na cidade "que nunca dorme") é, pois, obrigatória para todos aqueles que se interessam pelo hip-hop enquanto cultura personalizada que, germinada a partir dos ghettos americanos, se estendeu para fora deles e se afirma hoje como cultura de massas, planetária e, como qualquer outra (para o bem e para o mal), indissociável do consumismo (também ele uma nova "cultura" urbana, suponho...) nascido no mundo ocidental.
03 junho, 2011
29 maio, 2011
Gil Scott-Heron
A morte de Gil Scott-Heron (GSH) tem um significado duplo.
Por um lado, marca a partida de um dos últimos ícones negros da soul e da spoken word norte-americana, cujo feliz “The revolution will not be televised” - hoje um autêntico adágio planetário - demonstra a dimensão profundamente social e política da carreira de GSH.
Por outro lado, ainda, a partida GSH acontece num momento em que a sua carreira ameaçava ressurgir, para o bem de todos nós. Depois de um álbum fenomenal como I'm New Here, disco de balanço (ainda que um disco “de regresso”), GSH voltou a ter o mundo aos seus pés, 16 anos depois do seu último registo.
Repescado pelos produtores jovens que estão a dar cartas, mais inseridos na cena actual (seus gostos e tendências), GSH conseguiu fazer um disco moderno (se GSH não fosse o histórico que é, talvez qualificassem o seu disco de “trip-hop” ou “down-tempo”) , arrojado mesmo (logo na abertura do disco ouvimos GSH a declamar sobre a “Flashing Lights”, de Kanye West), sem deixar de ser ele próprio: a voz pausada, profunda e com o seu quê de revolucionário de sempre. Na verdade, I’m New Here foi produzido por Richard Russell, o patrão da XL Recordings, que conseguiu fazer com GSH um disco que não deixará de agradar aos seus seguidores mais antigos (lá está, a voz e o estilo estão aí, sem tirar nem pôr), e que, mais importante, atraiu gerações mais novas, para quem GSH era um nome pouco mais do que desconhecido. I’m New Here, disco soturno, reflexivo, de melodias esconsas e beats (beats mesmo!) minimalistas, era um ponto de viragem na carreira de GSH. Podia muito bem significar o regresso do americano aos seus melhores momentos. A dúvida ficará sempre no ar. Enquanto isso, resta-nos relembrar, aos que foram, o sóbrio mas belíssimo concerto que este senhor deu na Casa da Música, dia 15 de Maio de 2010.
Pessoalmente, ficou-me a imagem de um homem um tanto gasto pelo tempo (e pelas drogas...), ainda que ao mesmo tempo bem humorado e um verdadeiro gentleman. Mas os seus olhos pequeninos denunciavam algum cansaço, próprio de quem já viveu muitas lutas em tempos outros, tempos de causas e acções. Próprio de quem, enfim, é, de facto, novo aqui, neste século XXI. Ainda assim, e esta é a melhor imagem que guardo daquela noite, GSH parecia um avô ternurento que todos queríamos ter quando se sentou ao piano e nos contou uma história. Chamava-se “Winter in América”:
I'm New Here foi considerado aqui, por nós dois, como o melhor disco de 2010.
28 maio, 2011
Gil Scott Heron (1949 – 2011)
http://www.publico.pt/Cultura/morreu-gil-scottheron-o-precursor-do-rap_1496385
Felizmente, nao desperdicei a unica oportunidade que tive
easy listening (42): the truth is all there is
"The Truth" (feat. Roisin Murphy), do louco Handsome Boy Modeling School (álbum So...How's Your Girl?).
Como comentou alguém no youtube:
"I feel classy as fuck now".
26 maio, 2011
28 abril, 2011
betrue2 @ Queima das Fitas do Porto
Vamos estar a tocar terça-feira, dia 3, na Tenda Mundos, na Queima das Fitas do Porto!
Começaremos a partir das 2h30, depois do concerto dos Anónami Nuvolari.
Para quem quiser dançar numa toada heterogénea (rock, funk, hip-hop, disco), já sabe que o melhor lugar será na Tenda Mundos!
IT'S DA SOUND OF DA POLICEEE
19 abril, 2011
gifted unlimited rhymes universal
Foi há um ano.
A música, o hip-hop e todos nós ficámos um pouco mais pobres.
Guru estará sempre na memória dos que, como eu, cresceram a ouvir o hip-hop que hoje é desconhecido para os ouvidos de miúdos bloqueados pelo tele-lixo musical que lhes entra em casa sem pedir licença. Como alguém disse, o hip-hop dos "smooth beats and deep lyrics". É só esse o hip-hop que eu conheço e do qual Guru foi um gigante. Para mim, o maior de todos.
Vemo-nos por aí, entre "smooth beats e deep lyrics". Não pode ser de outra forma...
Guru em "Jazzalude III - Hip Hop as a Way of Life", faixa de Jazzmatazz Vol. 2: The New Reality (1995).
A música, o hip-hop e todos nós ficámos um pouco mais pobres.
Guru estará sempre na memória dos que, como eu, cresceram a ouvir o hip-hop que hoje é desconhecido para os ouvidos de miúdos bloqueados pelo tele-lixo musical que lhes entra em casa sem pedir licença. Como alguém disse, o hip-hop dos "smooth beats and deep lyrics". É só esse o hip-hop que eu conheço e do qual Guru foi um gigante. Para mim, o maior de todos.
Vemo-nos por aí, entre "smooth beats e deep lyrics". Não pode ser de outra forma...
Guru em "Jazzalude III - Hip Hop as a Way of Life", faixa de Jazzmatazz Vol. 2: The New Reality (1995).
16 abril, 2011
easy listening (41): I'm a evil, evil woman but I wanna do a man some good
"Blossom's Blues", por Blossom Dearie (disco homónimo, de 1959).
15 abril, 2011
11 abril, 2011
09 abril, 2011
quando as galinhas têm dentes
Não é que o (grotesco) Lil Wayne conseguiu fazer uma boa música?
Mais estranho: não é que o Lil Wayne conseguiu fazer uma uma boa letra?
Para o mundo se pasmar por completo: não é que o Lil Wayne, sim, esse mesmo, conseguiu, proeza das proezas, fazer uma boa música e uma boa letra?
Está certo que tem o Robin Thicke na produção; mas só o facto de ele, Lil Wayne em pessoa, ter a sua voz numa musiquinha com pés e cabeça já é motivo de espanto.
Qualquer dia é, sei lá, ao Akon que dá para fazer uma tolice destas.
08 abril, 2011
03 abril, 2011
01 abril, 2011
29 março, 2011
The Upsetter: The Life and Music of Lee Scratch Perry Film Trailer
"The Upsetter tells the fascinating story of Lee “Scratch” Perry, a visionary musician and artist from poor rural Jamaica who journeyed to the big city in the late 1950s with dreams of making it in the burgeoning record industry. Lee Perry burst on the scene with a brand new sound, inventing a genre of music that would come to be called reggae, while mentoring a young Bob Marley and gaining international recognition as a record producer and solo artist. The Upsetter charts 70 years in the life of Lee “Scratch” Perry in his own words through an exclusive interview given to American filmmakers Ethan Higbee and Adam Bhala Lough in Switzerland in 2006. It is equally a documentation of 30 years of Jamaican music and culture as it is a study of one of the most creative and inspiring human beings of all time. The film is narrated by Academy Award winner Benico Del Toro. Screening dates are available here."
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