09 março, 2010

entre todas, as Nike Air Force 1



Para iniciar a minha participação no Betrue2, e por que se trata este de um blog sobre, "entre muitas outras coisas, sapatilhas" - coisa de que o outro boy da casa ainda não falou - trago aqui as rainhas: branquinhas, street, grosseiras, confortáveis e muuuito oldschool! Com calças largas, com calças justas e bainha apertada ou com calções; usadas por alguém vestido com calça, polo e camisa ou com o streetwear mais rough; por miúdos e graúdos: quem quer que as use, desde que munido de um mínimo estético (ou ético, porque não) de bom gosto e razoabilidade na conjugação, prende sempre a minha atenção. Bem sei que hoje em dia as pessoas (os adolescentes, especialmente) usam e abusam da sua utilização (sobretudo no que toca a cores, atacadores* ou outros "applics"), mas a verdade é que ao contrário de outras peças do vestuário, as Nike Air Force 1 nunca me cansaram a vista. Mantêm, para mim, uma aura muito própria e misteriosa, evocando uma NY dos anos 80 onde o hip-hop, nas suas quatro elementares vertentes, despontava em cada canto de um block. Conta-se até que lhes chamavam de "uptowns", uma vez que eram religiosamente calçadas pelas gentes mais pobres da "downtown" quando queriam ir até à "uptown" fazer boa figura ao lado dos mais sofisticados...
Hoje vemo-las em qualquer downtown ou uptown, calçadas por ricos e pobres, sempre passeando a sua grosseirice requintada: gordas, balofas, mas magnificamente desenhadas, aliando o seu leitmotiv inspirador - o jogo de basketball - à originalidade estética vertida na fusão entre a estrutura da sapatilha e da bota.
Estou há dois parágrafos num jogo de tensão entre Sensação e Razão, e neles tentei fazer a apologia destas senhoras pelo caminho da segunda. Mas o certo é que a Moda, o Design e, em última análise, o Belo, dificilmente podem ser defendidos unicamente pela via racional (a discussão dava pano para mangas mas vou ficar-me por aqui). Assim sendo, liberto-me e agarro-me necessaria e definitivamente à Sensação: são lindas, lindas, lindas!

* faço mea culpa: não sou adolescente mas os meus são castanhos.






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