24 setembro, 2010

hmmmmm

Para os amantes de hip-hop:
O início de "Sombrero Sam" (primeiros 7 segundos), original de Charles Lloyd, não vos parece ter sido samplado num clássico?
Tenho quase a certeza que sim, mas não me recordo ao certo de qual é...

Trooper SL







Fallen
Trooper SL.

Jay Electronica on Last Call with Carson Daly (Video)

Size? x New Balance “The Estate” 577 Pack







Nas – I’m The Shit 180 (Mixtape)



Aloe Blacc – The Way You Smile


Jake Davis Test Shots: Tanaya Henry

22 setembro, 2010

easy listening (28): Dirty Diana



Uma das minhas preferidas do Rei: "Dirty Diana" (álbum Bad, 1987), aqui ao vivo, em 1988, no Bad Tour.

12 setembro, 2010


(o francês Wax Tailor)

Vou já dar resposta ao desafio que lancei abaixo porque senão depois esqueço-me. Já sei como sou.

A lista dos cinco álbuns por mim sugerida não é a melhor, vejo agora, por duas razões: em primeiro lugar, porque os álbuns deviam contrastar mais no que toca à questão que coloquei (já me explico melhor abaixo); depois porque o Dream Merchant, Vol 1, do 9th Wonder, não é um disco "instrumental" no sentido tão purista como o são os outros, uma vez que há sempre um rapper ou coros "em cima" do beat, o que não permite a apreensão instrumental que se pretendia.

Quanto ao primeiro ponto, acontece que eu devia ter feito uma lista onde contrastassem discos onde a preocupação de que tinha falado no sampling fosse muito maior nuns do que noutros. Todavia, como gosto tanto de hip-hop instrumental (e suas intimidades: electronica, breakbeat, down-tempo e um gigantesco etc.) só escolhi discos de que gosto e em que há praticamente em todos essa preocupação, esse tacto, no sampling.

Mas há diferenças!
E o que mais contrasta com os outros todos é o disco do 9th Wonder. A meu ver, tanto neste disco como na generalidade das suas produções, o 9th Wonder alinha muito mais por aquele caminho do "produtor servindo-se do beat". Os beats são óptimos, os arranjos impecáveis, não há duvidas. Mas a verdade é que me parece um processo muito mais "seco", cru, um "corta-e-cola" sem o cuidado estético pormenorizado que se sente nos discos do DJ Shadow ou do Wax Tailor - uma produção que se pressente quase como artesanal, "familiar", cheia de carinho. Isto não se reflecte só em termos sensoriais ou espirituais; na prática, as músicas do 9th Wonder são o beat (sempre muito vigoroso) e um sample de soul/funk e um rapper em cima, enquanto que no Shadow e no Wax Tailor, quer a sonoridade, quer a secção rítimica, são variadas, e ao que se juntam ainda todos aqueles "recortes" sonoros de filmes, anúncios, conversas, telefonemas, etc que são inseridos com precisão na atmosfera criada pela música. No fundo, parece-me haver mais dedicação, mais exaustão, mais... "soul" nestes discos.

Sem esta envolvência caseira, sem esta dedicação "infantil" (não no sentido depreciativo do termo, mas no do carinho e do apego às coisas), mas com um produção super refinada, temos o disco do Nathaniel Merriweather (um dos muitos alter ego de Daniel Nakamura): aqui sobressai, a meu ver, a vertente da "qualidade" (competência) na produção. Ela é elaborada (tanto ou mais que Shadow e Wax Tailor), variada e belíssima, mas não sinto a "emoção" que sinto nos dois citados autores. Oiço o disco muito mais como um verdadeiro "produto" (nada tem que ver com "comercial"!, não demonizem). É certo que Merriweather também usa e abusa de samples (especialmente de conversas de filmes), mas a atmosfera não tem a tal "caseirice" (e "meninice", porque não) de Shadow e Wax Tailor.

Por fim, o disco de Exile. Creio que Radio junta o melhor dos dois mundos: é um disco profissional, competente (ao estilo de Merriweather), mas que não deixa de ter presente implicitamente um processo mais "primitivo" - é o lado artesanal visível em Shadow e Wax Tailor...

Bem, e já estou a dar uma grande seca!
Big up!

Sabes que gente e que terra são estas?



Estava eu a ouvir Radio (2009), álbum do magnífico produtor Exile (conhecido, entre outras coisas, por produzir o rapper Blue ou a nova coqueluche americana Fashawn), quando, à oitava faixa (intitulada "The Sound is God"), começo a sentir, passados os primeiros dez segundos, uma toada próxima do nosso fado, onde não faltam os inevitáveis dedilhados de guitarra. Esperei mais uns 20, 30 segundos e não é que... a Mariza, sim, a nossa Mariza, canta? A música samplada é "Oh gente de minha terra", originalmente de Amália Rodrigues, mas aqui interpretada por Mariza.






Contas feitas, o Exile samplou a Mariza e ela certamente não saberá.

Mas saberá Exile quem é Mariza? Isto é:
foi o sample escolhido mais ou menos aleatoriamente, retirado de uma pilha de vinis comprados numa qualquer loja de discos recôndita, e "colado" no beat porque se inseria bem na composição melódica específica que o autor pretendia para o mesmo - o produtor a servir-se do sample, numa acepção mais crua;
OU
Exile sabe que o que Mariza canta é português, chama-se fado e é um género musical popular com raízes fundas no nosso país e no nosso povo (eventualmente saberá quem é Amália Rodrigues?), e que pegou nele, não num exercício puramente recreativo ("fazer música"), mas porque obedeceu a uma selecção rigorosa e de uma enorme sensibilidade, e em que escolhe aquele fado por ser fado, aquela voz por ser a de Mariza? - produtor e sample numa comunhão harmoniosa em que ambos ganham, reciprocamente.

Talvez esteja a ser demasiado exigente (e bem sei que esta questão não é radicalmente dual, do tipo "sim ou não"), mas a verdade é que me interrogo sobre isto numerosas vezes, sobretudo quando oiço álbuns instrumentais (e experimentais) de hip-hop. Por outro lado, sei que existem, de facto, produtores que depositam uma profunda e minuciosa sensibilidade na escolha de um sample, de um arranjo. O J Dilla era um deles. E em Portugal temos o inevitável Sam the Kid, de quem cada beat que oiço, sei-o escolhido a dedo e fundado numa relação quase alquímica entre o som no seu estado bruto e a alma de quem o decanta e o musica num beat. E há muitos, muitos mais.
Como já disse, talvez esteja a ser demasiado exigente, mas o certo é que esta não é uma questão secundária. Para quem gosta de música - e gostar de música é diferente de gostar de ouvir música -, não é uma questão subsidiária a de saber que tipo de relação tem o “criador” com a “criatura”: essa relação é depois marca indelével na alma, na emoção (e não tanto no profissionalismo/qualidade/competência ou no “belo” matemático) que uma música nos suscita, na comoção que nos provoca. E se a música não é alma, se não é emoção, então não sei o que é música.

É um exercício curioso: oiçam uns cinco álbuns instrumentais de hip-hop (mais ou menos ortodoxos, não interessa) e tentem responder a esta pergunta: notam o mesmo tacto e a mesma preocupação do produtor na escolha de cada sample (seja ele uma melodia de guitarra, uma voz, uma pequena frase de um filme ou um anúncio publicitário)?
Fica a sugestão. E deixo cinco discos para quem o quiser fazer:

Radio (2009), Exile.
Dream Merchant, Vol 1 (2005), 9th Wonder
The Private Press (2002), DJ Shadow
Tales Of The Forgotten Melodies (2005), Wax Tailor
Music to Make Love to Your Old Lady By (2001), Nathaniel Merriweather


P.S.: Radio é um disco fantástico.

11 setembro, 2010

BACK AGAIN!




Voltei de férias e com muita fome de música! Fiquem atentos porque o Betrue vai aquecer!


WHAT'S UP, A.?!:)