28 janeiro, 2011

de volta de onde nunca saímos




Há um significativo hype à volta de No Time For Dreaming, primeiríssimo disco de Charles Bradley, e percebe-se: o homem - que, note-se bem, tem 62 anos (sim!) e está a lançar o seu primeiro disco (sim!)- está em 2011 a fazer um disco de 60, 70. Se nos dessem a ouvir como sendo de um estreante, decerto não acreditaríamos, ajuizando que esta voz (muito na linha de trovadores da soul como Lee Fields ou Syl Johnson) não poderia ter passado tanto tempo no anonimato. Mas o espanto ganharia verdadeira forma quando nos dissessem que o que estávamos ouvir era deste século...

Ouvir No Time For Dreaming significa, mais do que escutar um belo disco, fazer uma experiência estética: acreditar, ao longo de 12 refinadas faixas, que estamos a ouvir um disco da soul mais clássica (inevitavelmente diferente da soul contemporânea de um Aloe Blacc ou de um Mayer Hawthorne) produzida hoje, nos nossos dias. Afinal, nem tudo vai lá atrás...


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